O Dia da Espiga, coincidente com a quinta feira de Ascensão, é uma data móvel que segue o calendário litúrgico cristão e que este ano é celebrada a 13 de maio de 2021.
Mas, se atualmente poucas são as pessoas que ainda vão
ao campo nessa quinta feira, abandonando
as suas obrigações, para apanhar a espiga, ou que se
deslocam às igrejas para participar nos preceitos religiosos próprios da data, tempos houve em que, de norte a
sul do país, esta foi uma data
faustosa, das mais festivas do ano, repleta
de cerimónias sagradas e profanas, que em muitas zonas implicava mesmo a paragem laboral. A
antiga expressão “no Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos” deriva dessa tradição.
A Igreja de Roma, à semelhança do que fez com
outras festas ancestrais pagãs, cristianiza depois a data e esta atravessa os tempos com uma dupla aceção:
como quinta feira de Ascensão, para os cristãos, assinalando, como o nome indica, a ascensão de Jesus ao Céu, ao
fim de 40 dias.
O Dia da Espiga é então o dia em que as pessoas vão
ao campo apanhar a espiga, não é apenas um viçoso
ramo de várias
plantas - cuja composição, número e significado de cada uma, varia de região para região, guardado durante um ano,
mas é também um
poderoso e multifacetado amuleto, que é pendurado, por norma, na parede da cozinha ou da
sala, para trazer a abundância, a alegria, a saúde e
a sorte.
Em muitas terras, quando faz trovoada, por exemplo, arde-se à lareira um dos
pés do ramo da espiga para afastar a tormenta.
Não obstante as variações locais, de um modo geral, o ramo de espiga é composto por pés de trigo e
de outros cereais, como centeio, cevada ou aveia, de oliveira, videira, papoilas,
malmequeres ou outras flores campestres. E a simbologia de cada planta, comumente
aceite, é a seguinte: o trigo
representa o pão; o malmequer o ouro e a prata; a papoila o amor
e vida; a oliveira o azeite e a
paz; a videira o vinho e a alegria; e o
alecrim a saúde e a força.
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