Fernando Pessoa
" O grande símbolo do 25 de
abril, é o cravo. E que melhor símbolo para uma revolução pacífica do que esta
linda flor que, ainda por cima, é vermelha e verde, as cores da bandeira
nacional? O que talvez nem toda a gente saiba é a origem dos cravos colocados
no cano das armas dos soldados que fizeram o 25 de abril.
A história é bonita e simples:
Uma senhora trabalhava numa
empresa que ia comemorar um ano de atividade no dia 25 de abril. Tinham-na
mandado comprar muitos cravos para a festa de aniversário. Nesse mesmo dia, pela
manhã, quando a senhora chegou à empresa, já a revolução estava na rua e os
patrões disseram-lhe para levar os cravos, pois, se ficassem ali, murchavam.
A senhora trouxe consigo um
grande molho de cravos e, quando encontrou os chaimites a subir para o Carmo,
perguntou a um soldado:
- Vocês estão aqui a fazer o quê?
Eles explicaram que iam prender o
Marcelo Caetano.
E um soldado perguntou:
- A senhora, não tem um
cigarrinho?
- Não tenho cigarros, mas tenho
cravos - disse a senhora.
E foi dando os cravos aos
soldados, que os puseram nos canos das armas. Depois, disso, muitos cravos
apareceram.
Muita gente foi buscar cravos e
os soldados ficavam todos felizes por trazerem o sinal de alegria na lapela. E
no cano das armas. "
José Fanha. Era uma vez o 25 de abril. Ilustração Abigail Ascenso
------------------------------------------------
" No 25 de abril, o país
acordou para uma vida diferente. A liberdade era uma coisa nova, e as pessoas
tiveram de se habituar a ela, devagarinho. Como quando nós acordamos, de manhã,
e nos custa abrir os olhos de repente, por causa da luz, também Portugal teve
de aprender a viver sem ditadura.
É bonito fazermos o que queremos ,
mas a liberdade não é só nossa. É normal que não pensemos todos da mesma
maneira.
E é bom.
- Sabes, filho, quando eu disse que
aquela flor se chama Liberdade, não estava a brincar.
A liberdade é frágil. Tem muitos
inimigos. E é como uma flor, que tem de ser muito bem cuidada, para não ficar
murcha.
Essa é a maior lição do 25 de
abril.
Um dia, também tu vais ter o poder
de decidir, com o teu voto, o que queres para o nosso país. Se não o fizeres,
os outros vão decidir por ti.
E quando os outros decidem por nós,
não somos livres. "
Pedro Olavo Simões. "A Flor de
abril : uma história da revolução dos cravos". Ilustração de Abigail
Ascenso.
~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
Canção de ABRIL
Liberdade, que estais no céu…
Rezava o padre-nosso que sabia,
A pedir-te, humildemente,
O pio de cada dia.
Mas a tua bondade omnipotente
Nem me ouvia.
Liberdade, que estais na terra…
E a minha voz crescia
De emoção.
Mas um silêncio triste sepultava
A fé que ressumava
Da oração.
Até que um dia, corajosamente,
Olhei noutro sentido, e pude,
deslumbrado,
Saborear, enfim,
O pão da minha fome.
Liberdade, que estais em mim,
Santificado seja o vosso nome.
Miguel Torga
Gaivota, pintura de Nadir Afonso.
----------------------------------------------------
Os alunos do 9.º ano receberam a visita do
Capitão Alexandre Marta, para uma palestra sobre a passagem do 49.º
aniversário do 25 de abril. Em articulação com a
professora de História, Paula Fernandes, a Biblioteca participou com as canções
de abril: “Venham mais cinco” e “Grândola Vila Morena” interpretadas pelos
alunos: Eleine Cunha, Luísa Silva,
Maria Joana Correia, Maria Pires, Marta Lages, Simão Martins, Sofia Silva, Sónia
Sampaio do 6ºA e Rafaela Rodrigues do 7º. ***************************************** Houve uma sessão de leitura, na biblioteca, com os
alunos presentes na mesma. Estes ouviram e leram a história “A Fábula dos
Feijões Cinzentos, 25 de Abril como quem conta um conto” de José Vaz em PPT. |
Sem comentários:
Enviar um comentário