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quarta-feira, 1 de julho de 2020

CENTENÁRIO DO NASCIMENTO DE AMÁLIA RODRIGUES 01-07-1920 / 06-10-1999


PARABÉNS AMÁLIA



Amália da Piedade Rebordão Rodrigues foi uma mulher que soube fugir ao Destino que a sua condição social de origem humilde lhe configurava. Apesar da fama e do nível sócio-económico cultural a que ascendeu, nunca deixou de ser do Povo.

Possuía um bom gosto, uma intuição e uma enorme sensibilidade que influíram nas suas escolhas, optando por letras que, através dos seus temas, do ritmo e da oralidade melhor se adaptaram à sua voz e ao fado (música tradicional de Lisboa). Amália cantou o que sentia numa coerência total entre a vida e a obra e fê-lo de uma forma natural e despretensiosa, como só o conseguem os grandes intérpretes.

Dos seus encontros, com grandes poetas da Literatura Portuguesa, nasceu um movimento de rutura no Fado, tornando-o o grande divulgador do lirismo português.

Assim, a sua voz foi o veículo de difusão e popularização da nossa cultura literária, em Portugal e no mundo. Amália contribuiu, em muito, para que o Fado fosse declarado pela UNESCO a PATRIMÓNIO CULTURAL IMATERIAL DA HUMANIDADE a 27 de novembro de 2011.

O FADO foi a primeira expressão artística a atingir tal estatuto em Portugal.

Amália continua a ser uma grande  inspiração para todos os cantores de Fado.

A RAINHA E A DIVA DO FADO PERMANECERÁ SEMPRE VIVA ENQUANTO O FADO VIVER!



MARIA LISBOA


É varina, usa chinela,
tem movimento de gata.
Na canastra, a caravela;
no coração, a fragata.


Em vez de corvos, no xaile
gaivotas vêm pousar.
Quando o vento a leva ao baile,
baila no baile com o mar.


É de conchas o vestido;
tem algas na cabeleira;
e nas veias o latido
do motor duma traineira.


Vende sonho e maresia,
tempestades apregoa.
Seu nome próprio, Maria.
Seu apelido Lisboa.
 

David Mourão Ferreira


A cantora Carminho escreveu em sextilhas um livro biográfico para crianças sobre a fadista Amália Rodrigues “Amália, já sei quem és”. É lançado este mês, momento em que se celebra o centenário da diva do fado. “Inspirada no universo fadista que me rodeia desde que nasci, propus-me contar a história em sextilhas, uma das formas poéticas usadas no fado tradicional”, explica Carminho no final do livro, a editar no dia 23.

A Dom Quixote publicou no dia 30 de junho, véspera do centenário de nascimento da fadista, “Amália – Ditadura e Revolução (a História Secreta)”, uma investigação do jornalista Miguel Carvalho.

A obra inclui fotos e testemunhos inéditos de Amália Rodrigues e de personalidades que com ela conviveram. Miguel Carvalho teve acesso a milhares de páginas de documentos nunca antes revelados, além de cartas e fotos desconhecidas da cantora. Como a da capa, uma fotografia tirada pelo fotojornalista Luís Vasconcelos (ex-Público e Visão) numa manifestação promovida pelo Partido Socialista, em junho de 1975.


Amália Rodrigues canta o fado "Não sei porque te foste embora", extraído do filme "Capas Negras".


BIOGRAFIA (Profissional)

No dia 8 de julho de 2001 o corpo de Amália Rodrigues foi 
trasladado do Cemitério dos Prazeres para o Panteão Nacional.
 Foi a primeira mulher e a primeira artista das 
artes e do espetáculo a ocupar um lugar 
onde repousam os heróis nacionais.


Um poema de Amália Rodrigues

LÁGRIMA


Cheia de penas me deito

E com mais penas me levanto

Já me ficou no meu peito

O jeito de te querer tanto


Tenho por meu desespero

Dentro de mim o castigo

Eu digo que não te quero

E de noite sonho contigo.

 

Se considero que um dia hei de morrer

No desespero que tenho de te não ver

Estendo o meu xaile no chão

E deixo-me adormecer.

 

Se eu soubesse que morrendo

Tu me havias de chorar

Por uma lágrima tua

Que alegria me deixaria matar.




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